ATENTADO À LIBERDADE DE IMPRENSA? ASSOCIAÇÕES JORNALÍSTICAS REPUDIAM NOVA OFENSIVA DE ARAS CONTRA REPÓRTER
O Ex-PGR recorreu ao STF numa tentativa de anular uma decisão do STJ e reabrir uma ação penal contra o jornalista André Barrocal
A
Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo e outras oito entidades
classificaram como “infundada tentativa de silenciamento e criminalização do
jornalismo” o mais recente capítulo da ofensiva encabeçada pelo Ex-procurador-geral da Augusto Aras contra o jornalista André Barrocal.
No início de abril, Aras acionou o Supremo Tribunal Federal para cassar uma decisão do Superior Tribunal de Justiça e reabrir uma ação penal contra o jornalista por uma reportagem publicada em julho de 2020. O Ex-PGR acusa Barrocal de ter cometido calúnia, difamação e injúria.
O caso é relatado no STF pelo ministro Luiz Fux. |
A reportagem publicada trazia metáforas que ajudavam
a explicar a relação entre Aras e o Ex-presidente Jair Bolsonaro à época. O PGR
seria, “ao mesmo tempo, cão de guarda de Bolsonaro e perdigueiro dos inimigos do do ex-capitão”, atuando como “procurador de
estimação’’.
No comunicado divulgado nesta sexta-feira(19) as entidades dizem acreditar que a Suprema Corte rejeitará o pedido apresentado por Aras e ressalta que autoridades públicas, independentemente do cargo e alinhamento político, estão “sujeitas à fiscalização e crítica não só da imprensa, como também da sociedade’’.
A reportagem publicada trazia metáforas que ajudavam a explicar a relação entre Aras e o... |
A nota é assinada pelas seguintes entidades:
Repórteres Sem Fronteiras
Tornavoz
Ajor (Associação de Jornalismo Digital)
Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ)
Instituto Vladimir Herzog
Instituto Palavra Aberta
Jeduca (Associação de Jornalistas de Educação)
Ao determinar o arquivamento da queixa-crime, o STJ pontuou que, apesar das críticas, não houve dolo específico contra a honra do procurador. A defesa de Aras recorreu, mas teve os argumentos novamente rejeitados pelo vice-presidente da Corte, Og Fernandes, em outubro passado.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo e outras oito entidades classificaram como “infundada tentativa de silenciamento e criminalização do jornalismo” o mais recente capítulo da... |
O advogado Pedro Almeida Castro, que representa Barrocal, classificou a ofensiva do Ex-PGR como “irônica”, uma vez que ele utiliza “excessivamente” mecanismos criticados por membros do Ministério Público, como os embargos de declaração, e alega desconhecimento da ação no STJ.
Ao determinar o arquivamento da queixa-crime, o STJ pontuou que, apesar das críticas, não houve dolo específico contra a honra do... |
CC
EDIÇÃO DE ANB ONLINE
0 comentários:
Postar um comentário