Proibição dos cigarros eletrônicos: sucesso ou fracasso?
BRASIL POLÊMICA
O crescente consumo de cigarros eletrônicos, 100% provenientes do mercado ilegal e que já chega a mais de 2 milhões de adultos, suscita o debate acerca da eficácia da proibição no país
O consumo de cigarros eletrônicos não é nenhuma novidade
no Brasil, no entanto, a maioria das pessoas desconhece que a comercialização,
importação e propaganda dos dispositivos são proibidas no país pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009. A surpresa é que, mesmo
diante da proibição, o consumo de cigarros eletrônicos não só existe, como
quadruplicou entre 2018 e 2022. Segundo pesquisa IPEC
de 2022, o país
possui atualmente mais de 2,2 milhões de adultos consumidores regulares de
cigarro eletrônico e cerca de 6 milhões de adultos fumantes que já
experimentaram o produto.Como todo o mercado de cigarros eletrônicos no Brasil é ilegal, não há possibilidade de obter dados essenciais para que os consumidores possam se...
A experiência internacional, por exemplo, mostra que a proibição não é o melhor caminho a ser adotado, uma vez que diversos países conhecidos por políticas bastante restritivas em relação aos cigarros convencionais concluíram, com base em diversos estudos científicos, que os cigarros eletrônicos podem ser aliados importantes na diminuição dos danos causados pelo consumo de cigarros convencionais, como uma importante ferramenta na construção de uma política de redução de riscos à saúde. Hoje, 84% dos países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento do Comércio (OCDE) optaram pela regulamentação dos cigarros eletrônicos, são exemplos o Reino Unido, Canadá, EUA, Nova Zelândia, os 27 países da União Europeia, entre outros.
O relatório mais recente e independente, com mais de 400 artigos revisados, publicado em setembro de 2022 pelo Ministério da Saúde do Reino Unido, demonstra que o vaporizador é até 95% menos prejudicial do que o cigarro tradicional, ou 20 vezes menos nocivo. A revisão Cochrane, divulgada em 13 de setembro de 2023 com mais de 300 estudos e 150.000 indivíduos estudos, é outro exemplo de referência no conceito de redução de danos.
As implicações dos produtos ilegais na saúde dos brasileiros
Como todo o mercado de cigarros
eletrônicos no Brasil é ilegal, não há possibilidade de obter dados essenciais
para que os consumidores possam se resguardar em relação aos produtos que
consomem. A falta de informações sobre composição, procedência e a segurança do
dispositivo criam uma série de riscos que poderiam ser facilmente evitados
através da regulamentação.
Atualmente, a venda dos
produtos contrabandeados é feita livremente em sites, redes sociais, bares e
até em aplicativos de entrega, o que evidencia a facilidade de acesso ao
produto ainda que sua comercialização seja proibida.A revisão Cochrane, divulgada em 13 de setembro de 2023 com mais de 300 estudos e 150.000 indivíduos estudos, é outro exemplo de referência no conceito de redução de...
Conforme a farmacêutica, ex-diretora da Anvisa e
consultora da BAT Brasil, Alessandra Bastos, o dispositivo não é isento de
riscos, por isso não é recomendado para pessoas que não fumam e nem para
menores de idade. “A regulamentação traz outra perspectiva justamente por
possibilitar a criação de um mercado que comercialize produtos que possuam
controle fitossanitário, monitoramento e fiscalização, além da garantia do
seguimento de todas as determinações sanitárias do país — tais como
advertências na embalagem, descrição de componentes e controle da concentração
de nicotina, por exemplo”, explica.A experiência internacional, por exemplo, mostra que a proibição não é o melhor caminho a ser adotado, uma vez que...
Nota:
Vaporizadores
e produtos de tabaco aquecido são produtos destinados a maiores de 18 anos,
assim como o cigarro. Estes produtos não são isentos de riscos.
A redução de
riscos de vaporizadores e produtos de tabaco aquecido é baseada nas evidências
científicas mais recentes disponíveis e desde que haja a substituição completa
do consumo de cigarros tradicionais.
“A BAT é
operada por terceiro, sendo que este conteúdo não foi elaborado e não tem
ingerência ou responsabilidade associada à CNN Brasil e/ou a nenhuma de suas
empresas controladoras. #Publicidade”.
CNN
EDIÇÃO DE ANB ONLINE
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