Polêmica: Casa Branca se diz alarmada com deep fake de Taylor Swift
Classificou a circulação de imagens explícitas geradas pela inteligência artificial (IA) da superestrela pop Taylor Swift como “alarmante”
A Casa Branca classificou a circulação de imagens explícitas geradas pela inteligência artificial (IA) da superestrela pop Taylor Swift como “alarmante”, diz o site The Hill. “Estamos alarmados com os relatos da circulação das imagens falsas”, disse a secretária de imprensa Karine Jean-Pierre aos repórteres na sexta-feira.
“Embora as empresas de redes sociais tomem as suas próprias decisões independentes sobre a gestão de conteúdos, acreditamos que têm um papel importante a desempenhar na aplicação das suas próprias regras para evitar a propagação de desinformação e de imagens íntimas e não consensuais de pessoas reais”, continuou Pierre.
Ela acrescentou: “Infelizmente, muitas vezes sabemos que a fala de aplicação dessas regras afeta desproporcionalmente as mulheres e também afeta as meninas, que são os alvos esmagadores do assédio e também do abuso online”.
Imagens falsas de sexo explícito de Swift circularam pela internet esta semana, gerando reações entre seus fãs e renovando apelos de legisladores federais para que as empresas de mídia social apliquem suas regras.Outro projeto de lei da Câmara, da deputada democrata de Nova York Yvette Clarke, busca criar uma lei específica para vítimas de...
Projetos de lei
Nos Estados Unidos, existem alguns projetos de lei sendo avaliados, segundo a Wired. O deputado Joseph Morelle, do partido Democrata de Nova York, apresentou um projeto de lei no Congresso que tornaria ilegal a criação e o compartilhamento de pornografia deep fake, sem o consentimento da pessoa envolvidas.
Mulheres de alto perfil estão particularmente em risco, lembra o The Guardian. Em 2018, Scarlett Johansson falou sobre a pornografia falsa generalizada apresentando sua imagem: “Infelizmente, já percorri esse caminho muitas, muitas vezes. O fato é que tentar se proteger da internet e de sua depravação é basicamente uma causa perdida, em sua maior parte.”
Em maio de 2023, o congressista democrata Joseph Morelle revelou a proposta de Lei de Prevenção de Deep fakes de Imagens Íntimas, que tornaria ilegal o compartilhamento de pornografia deep fake sem consentimento. Morelle disse que as imagens e vídeos “podem causar danos emocionais, financeiros e de reputação irrevogáveis – e, infelizmente, as mulheres são afetadas de forma desproporcional”.
Outro projeto de lei da Câmara, da deputada democrata de Nova York Yvette Clarke, busca criar uma lei específica para vítimas de pornografia deep fake. Tom Kean, Jr., republicano de Nova Jersey, que apresentou em novembro um projeto de lei que exigiria a identificação de conteúdos produzidos por IA, aproveitou o momento viral do Swift para chamar a atenção para seus esforços: “Se a vítima é Taylor Swift ou qualquer jovem em todo o país, precisamos estabelecer salvaguardas para combater esta tendência alarmante”, disse Kean num comunicado.
No Brasil a deputada federal do PT por Mato Grosso do Sul, Camila Jara (PT), apresentou em novembro de 2023 projeto de lei que criminaliza a divulgação de conteúdo falso sexual no Brasil, os chamados 'deep fake'. A ideia é criminalizar a divulgação de registro falso não autorizado de conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso.
Outro projeto, desta vez do deputado Romero Rodrigues (Podemos-PB), quer tornar os provedores de internet responsáveis pela disseminação de imagens e vídeos falsos com conteúdo obsceno gerados por inteligência artificial. Pela proposta, a responsabilização ocorrerá se o provedor não tirar do ar a imagem ou vídeo após notificação da pessoa ou de seu representante legal.
O governo do Reino Unido tornou ilegal a pornografia deep fake não consensual em dezembro de 2022, numa alteração à Lei de Segurança Online que também proibiu qualquer imagem explícita tirada sem o consentimento de alguém.
O Presidente Biden assinou em outubro uma ordem executiva abrangente sobre inteligência artificial focada em aproveitar a tecnologia emergente e gerir os seus riscos. Aa ordem incluiu várias novas ações, que se concentram em áreas como segurança, privacidade, proteção dos trabalhadores e proteção da inovação.
MARISA ADÁN GIL
EDIÇÃO DE ANB ONLINE
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