Brasil na corda bamba? No Rio de Janeiro, 94 políticos foram assassinados em três décadas
Levantamento de pesquisador da USP mostra que, entre 1998 e 2022, ao menos dois políticos são executados por ano no Rio de Janeiro
Ao menos dois políticos são executados por ano no estado do Rio de Janeiro. Entre 1998 e 2022, 94 políticos foram assassinados. Entre eles, apenas quatro são mulheres — todas negras — o que inclui o homicídio de Marielle Franco, vereadora e ativista, em 2018.
O levantamento é parte do estudo de Huri Paz, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP). O pesquisador investigou o acervo de jornais disponíveis na Biblioteca Nacional, além dos conteúdos de jornais on-line.
A aparente baixa
relevância estatística de mulheres no levantamento é justificada pelo autor
pela reduzida presença dessas na composição política.
De acordo com o pesquisador, violência afasta minorias
sociais do cenário político, por serem as principais vítimas. “As mulheres já
enfrentam dificuldades no acesso à representação política, e esse ambiente de
violência também pode representar um entrave para o próprio desejo que elas têm
de entrar para a política”, afirma.A aparente baixa relevância estatística de mulheres no levantamento é justificada pelo autor pela reduzida presença dessas na...
Em janeiro deste ano, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou à Reportagem que pretende concluir até abril o inquérito que investiga os assassinatos da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. No mês anterior, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, já havia dito que o caso seria “integralmente elucidado” em breve.
Em março, as mortes de Marielle Franco e de Anderson Gomes completam seis anos. Em 2019, as investigações foram divididas em dois eixos. Uma parte seguiu no Rio de Janeiro e outra foi enviada para o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O artigo “Assassinatos de políticos no Rio de Janeiro (1988-2022): uma análise interseccional” foi premiado na terceira edição do Prêmio Luiza Bairros da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS). A premiação é destinada a autores negros e indígenas e visa incentivar a produção científica no país em temas e questões ligados a relações étnico-raciais, racismo, desigualdades raciais e interseccionalidades, tanto sob perspectivas teóricas quanto empíricas.
CNN, com informações da assessoria de
Comunicação da FFLCH e do Jornal da USP
Edição de ANB Online
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