2026 ‘PEGANDO FOGO’: A NOVA ARENA POLÍTICA SÃO AS REDES
Estamos
vivendo um tempo de transformação, em que a política ultrapassou o plano dos
debates nos púlpitos das Casas Legislativas, das reuniões partidárias, das
entrevistas jornalísticas ou dos artigos, para a arena das redes sociais. Os
discursos e manifestações são direcionados ao engajamento e não ao resultado de
uma política pública mais favorável. A discussão da reforma tributária com
memes ou a recente celeuma em torno da extensão do controle das operações das
fintechs, sob acusações de taxação do Pix, são exemplos dessa nova
realidade do engajamento a todo custo, a despeito de uma discussão real sobre
políticas públicas relevantes. Yuval Noah
Harari, no seu mais recente livro, chama-nos a atenção para o óbvio: por mais
que informações nem sempre representem a realidade, elas conectam as pessoas. Somos seres fabuladores e que nos conectamos por histórias, o que fica mais
evidente na política. A ideia de “um homem, um voto”, como corolário da
democracia, atravessou uma longa jornada para sua consolidação mundo afora.
Nela está encerrada a necessidade de que os representantes eleitos pelo povo
busquem conquistar corações e mentes de cada eleitor, num processo de convencimento
que testa os atributos dos candidatos desde o processo eleitoral até o
exercício do mandato. A cada eleição, porém, a forma como os candidatos chegam
aos eleitores muda, não se podendo descurar que, mesmo nas menores cidades, é
impossível que alguém seja eleito sem se valer dos meios de comunicação, cujas
novas mídias sociais exercem papel central. Pesquisa
realizada pelo Instituto DataSenado, nominada Redes Sociais, Notícias Falsas e
Privacidade na Internet, concluiu que 45% dos entrevistados decidiram seu voto
levando em consideração informações de alguma rede social. Das 2.400 pessoas
entrevistadas, 79% disseram sempre utilizar o WhatsApp para se informar, enquanto
50% indicaram que sempre recorrem à televisão e 49% sempre se informam pelo
YouTube. Ainda segundo a pesquisa, as redes sociais que tiveram maior impacto
nas eleições foram o Facebook (31%), o WhatsApp (29%), o YouTube (26%), o
Instagram (19%) e o Twitter (10%).
JOTA
EDIÇÃO DE ANB ONLINE
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