quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

2026 ‘PEGANDO FOGO’: A NOVA ARENA POLÍTICA SÃO AS REDES

Estamos vivendo um tempo de transformação, em que a política ultrapassou o plano dos debates nos púlpitos das Casas Legislativas, das reuniões partidárias, das entrevistas jornalísticas ou dos artigos, para a arena das redes sociais. Os discursos e manifestações são direcionados ao engajamento e não ao resultado de uma política pública mais favorável. A discussão da reforma tributária com memes ou a recente celeuma em torno da extensão do controle das operações das fintechs, sob acusações de taxação do Pix, são exemplos dessa nova realidade do engajamento a todo custo, a despeito de uma discussão real sobre políticas públicas relevantes. Yuval Noah Harari, no seu mais recente livro, chama-nos a atenção para o óbvio: por mais que informações nem sempre representem a realidade, elas conectam as pessoas. Somos seres fabuladores e que nos conectamos por histórias, o que fica mais evidente na política. A ideia de “um homem, um voto”, como corolário da democracia, atravessou uma longa jornada para sua consolidação mundo afora. Nela está encerrada a necessidade de que os representantes eleitos pelo povo busquem conquistar corações e mentes de cada eleitor, num processo de convencimento que testa os atributos dos candidatos desde o processo eleitoral até o exercício do mandato. A cada eleição, porém, a forma como os candidatos chegam aos eleitores muda, não se podendo descurar que, mesmo nas menores cidades, é impossível que alguém seja eleito sem se valer dos meios de comunicação, cujas novas mídias sociais exercem papel central. Pesquisa realizada pelo Instituto DataSenado, nominada Redes Sociais, Notícias Falsas e Privacidade na Internetconcluiu que 45% dos entrevistados decidiram seu voto levando em consideração informações de alguma rede social. Das 2.400 pessoas entrevistadas, 79% disseram sempre utilizar o WhatsApp para se informar, enquanto 50% indicaram que sempre recorrem à televisão e 49% sempre se informam pelo YouTube. Ainda segundo a pesquisa, as redes sociais que tiveram maior impacto nas eleições foram o Facebook (31%), o WhatsApp (29%), o YouTube (26%), o Instagram (19%) e o Twitter (10%).


JOTA

EDIÇÃO DE ANB ONLINE

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