CASO DOS PRINTS: DEPUTADA MICAL CONTESTA URGÊNCIA PARA PROTEGER IMAGEM DE CAMARÃO
A deputada estadual Mical Damasceno (PSD) utilizou
a tribuna da Assembleia Legislativa do Maranhão, nesta quinta (5), para
comentar a recente decisão da Justiça que proíbe a veiculação de matérias com diálogos atribuídos ao vice-governador Felipe Camarão (PT). O que
chamou a atenção da parlamentar foi o instrumento jurídico utilizado: a tutela
de urgência, normalmente acionada em situações que envolvem risco iminente à
vida ou à saúde. Prevista no Código de Processo Civil, a tutela de urgência é
um recurso jurídico reservado para situações como a autorização de cirurgias,
fornecimento de medicamentos ou internações hospitalares. No entanto, desta
vez, foi usada para retirar conteúdos jornalísticos da internet que mencionavam
o nome de Camarão em supostas conversas comprometedoras. A decisão, assinada
pela juíza Ariane Mendes Castro Pinheiro, da 13ª Vara Cível de São Luís, também
impõe multa diária de R$ 1.000,00 em caso de descumprimento. A justificativa da
magistrada gira em torno da “honra” e da “imagem pública sensível” do
vice-governador, que, segundo a decisão, poderia sofrer dano irreparável com a
manutenção das matérias. Mical, no entanto, destacou o que classificou como uma
“inversão de valores” no uso do sistema judicial. “Tutela de urgência foi
criada para salvar vidas. Hoje, serve para blindar políticos em apuros”,
declarou a parlamentar em plenário. Outro ponto abordado pela deputada foi o
fato de a decisão ter partido de uma juíza. Para Mical, isso expõe um
contraste doloroso. “Mesmo entre mulheres, há quem escolha se calar diante de
poderosos, em vez de defender a verdade e a dignidade de outras mulheres de
vida ilibada e ficha limpa”, afirmou.
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